Começando o dia com uma notícia em dose dupla de amor!

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Ana Sophia e Maria Clara com os pais: “É como se elas estivessem nascendo de
novo”
Gina Mardones – Grupo Folha

 

 

Gêmeas escutam a voz dos pais pela primeira vez em
Londrina

Desde o nascimento das gêmeas Ana Sophia e Maria Clara, há
dois anos, a família Ferreira Lisboa, de Londrina, tem
vivenciado momentos de muita expectativa. Um em especial
aconteceu na manhã de segunda-feira (3), quando elas
escutaram pela primeira vez. “A gente nem dormiu direito.
Estávamos contando os dias para isso”, diz o pai Lúcio Lisboa
Alves, com Ana Sophia no colo. Ela foi a primeira a ter o
processador ativado.
A fonoaudióloga Ana Paula Akaishi Santana explicou aos pais
todo o funcionamento do implante coclear e também estava na
expectativa de ver a resposta das crianças diante dos estímulos
enviados por um sistema no computador.  Ana Sophia teve
uma reação bastante comum entre as crianças: ela chorou ao
ouvir os primeiros sons. Já Maria Clara gostou da experiência
de imediato, sorrindo. Mas foi o sorriso largo dos pais que
definiu bem o valor deste momento.
Eles estavam felizes em chamá-las pelo nome e serem
atendidos com um olhar, uma virada de pescoço. A emoção é
tamanha que a alegria se transforma em uma salva de palmas
na sala da fonoaudióloga. "Esperamos que elas se desenvolvam
bem. O implante veio para somar. O ouvir é muito importante,
não só pelo aspecto da comunicação, mas também para o
caminhar porque também tem relação com o equilíbrio”, diz a
mãe Thayla Ferreira Lisboa.
Em poucos minutos, a pequena Ana Sophia já se divertia ao
som do copo de plástico e Maria Clara estava animada em jogar
todos os brinquedos no chão. “É como se elas estivessem
nascendo de novo hoje. Vamos ter que trabalhar todas as
palavras, os sons. Minha maior expectativa é para a primeira
palavra, que acredito que será papai”, brinca Alves.

BÊ-A-BÁ

A fonoaudióloga explica que a partir de agora as gêmeas
deverão ser estimuladas o tempo todo, em casa e nas sessões de
reabilitação. “Elas terão que aprender o que estão escutando,
desde um barulho de porta, a voz feminina da mãe, a voz
masculina do pai, o som que o gato faz. Tudo isso vai ser
gradativo e por meio de brincadeiras e imagens. Nosso objetivo
agora é fazer que com elas desenvolvam a fala”, aponta.
Elas também farão visitas frequentes com a especialista para
ajustes do processador. Aos poucos, o volume do acessório vai
aumentando até que elas estejam totalmente acostumadas com
os sons. No primeiro momento, elas estão escutando tudo em
um volume bem baixo.
De acordo com Santana, o aprendizado da fala pode acontecer
até os sete anos de idade, aproximadamente. “É um processo
cognitivo. Se eu passo dessa idade, eu já não tenho mais a
chance de fazer essa criança falar. Quanto mais tempo eu
demoro para colocar esse implante, mais tempo eu perdi de
estímulo para ensiná-la a falar”.

INDICAÇÃO

A otorrinolaringologista Marcela S. Cordeiro, que participou da
cirurgia das gêmeas, explica que o implante coclear é benéfico
tanto para crianças quanto adultos e que a indicação principal
é para casos de perda auditiva severa, bilateral e quando não
houve sucesso com um aparelho auditivo convencional.
“Quando a criança nasce com perda auditiva, o ideal é que o
implante seja colocado até os dois anos de idade. Por volta do
primeiro ano, se o diagnóstico já foi fechado, a gente já começa
a pensar em implantar”, afirma.
No caso de Ana Sophia e Maria Clara, a perda da audição foi
causada pela prematuridade extrema. Elas nasceram com 25
semanas e tiveram que permanecer internadas por meses.
“Fizemos o teste da orelhinha que apontou uma alteração.
Repetimos depois de alguns dias, fizemos exames mais
específicos e fomos encaminhados para uma clínica. Elas foram
acompanhadas durante meses porque existia a possibilidade
da perda auditiva ter relação com a imaturidade das conexões
nervosas e, por isso, aguardamos até os dois anos para colocar
os implantes”, conta a mãe.

O IMPLANTE

A cirurgia para a colocação do implante consiste basicamente
em um corte atrás da orelha. O implante é composto por 22
eletrodos e é inserido dentro da cóclea para substituir as
células ciliadas que não estão funcionando. Dessa forma, o som
captado pelo processador (componente externo) passa direto
pela parte danificada do ouvido estimulando o nervo auditivo.
Esse componente fica acoplado no crânio do paciente atraído
pelo implante por magnetismo.
“O processador externo vai captar o som e transformá-lo em
informação para dentro desse eletrodo que está na cóclea”,
resume a médica. A ideia é que o implante dure a vida toda,
sem necessidade de troca. Para que o paciente possa ter contato
com a água, existe um suporte de proteção para a parte
externa.
A ativação do processador só ocorre um mês após a colocação
do implante. Nesse momento, a fonoaudióloga verifica a reação
do paciente, se os estímulos sonoros não estão gerando
incômodo a ele e se não há choro excessivo.

Parabéns a toda equipe envolvida em melhorar a vida das pessoas, dentre
eles Dr. André Ataíde, que esteve em Londrina para coordenar a cirurgia
delas! Lindo o trabalho de vocês!
Dra. Isabella Vince Garcia Pedriali

Fonte: https://www.folhadelondrina.com.br/

 

 

 

 

 

 

 

 

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